1. |
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Cada lágrima se torna
Um novo fantasma
Novamente
Sem parar
Arrasta os dias
Assombra as noites
Principalmente
Insiste em atormentar
Um coração desgastado
Ensanguentado
Se abre em pedaços
Fechado em lamentos
Tormentos
Ilusão.
O sistema enlouquece não só a multidão
Mas cada um que tenta acordar
Estabelece um padrão
De tanto olhar pra sombra
A sombra também olha
Sem perdão
Não consigo integrar
Abismo liso
Escorregadio
Escuridão
Me perdi
Enlouqueci
Tentando me encontrar
Há solução?
Talvez não.
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2. |
Libertas Quæ Sera Tamen
03:20
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Alvorada. Nesse tempo, não se sabe bem por qual estrada Aila andou ou há de andar. Nem ao certo o que portava em sua guirlanda mágicka. Mística. Fascinante como o mar. O que antes era lua. Solitária no céu. Agora surgia com um olho tampado. Uma pirata que navega pelo nada. Corsária. Flibusteiro fel. Episódio amargo de sua existência. Consequência da lendária luta sangrenta contra o dragão. Seus cabelos. Soltos ao ar. Escarlate. Esvoaçados. Seu vestido esverdeado. Impossível não notar. Lancinante. Pungente. Torturante a quem tenta se encontrar. Autoconhecer. Urrar. Uivar. Lua cromada. Cheia. Amada. Agora transmutada. Materializada em dígitos anticósmicos de silício pela IA. Pele. Osso. Cromossomos. Sangue. Pelo. Presa. Mordidas acesas. Secas. Um raro fogo em meio ao breu. Mulher Loba. Canídea. Sorrateira. Visceral. AILA: a tecelã de infinitos oníricos. No cerrado. Descerrado. Sem igual.
Na boca, o batom rubro escondia um gengibre mascado. Para apaziguar o pigarro oriundo da destruição. Logo deu lugar ao escárnio. Suas lágrimas escorriam em seus braços. Obrigava-a a se lamber para estancar. A dor de ver o mundo como está. Enquanto andava. Pensava: “Como a humanidade pôs tudo a perder?” Um mundo de ossos. Em contraste. Aço e concreto expostos. Vivos deram lugar aos mortos. Números criaram zumbis. Ilusórios. Aleatórios. Tecnocratas. Escravos dessa condição. Digital. Artificial. Presos na simulação do que se entendia como real. Escravos de agrado. Acríticos. Alheios às cizânias. Ensimesmados. Positivados.
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3. |
A Loba da Estepe
02:22
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Suave como a saudade
Sem ter medo da verdade
Viajar mais que a viagem
O ciúme é só vaidade
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4. |
Uruguay
05:13
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Wake up
Valdez
Wake up
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5. |
Eu vi o Monte
03:03
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Solto
Ninguém mais prende o ar
Livre
Onde sempre queria estar
E quando você se perde
Sinto isso também
No vazio, se despede
Meu mundo no seu se mantém
Pouso
Sem vontade de chegar
Pouso
Quem sabe um dia acordar
Sonhos
Que me fazem decolar
Sonhos
Como não saber mais amar?
E quando você se perde
Sinto isso também
No vazio, se despede
Meu mundo no seu se mantém
Em meio ao temporal
Sobre o espaço sideral
E quando você se perde
Sinto isso também
No vazio, se despede
Meu mundo no seu se mantém
Meu mundo no seu se mantém.
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Fredé CF Brazil
MekHanTropia é um universo artístico transmídia experimental DIY de autotransformação do artista multimídia, doutor em Arte
e Cultura Visual (UFG), prof. de fotografia, artes e audiovisual, baixista das bandas Cicuta e Cão Breu, Fredé CF (Frederico Carvalho Felipe).
Dark-folk-eletro-punk-psicodelico de trincheira.
Site: mealuganao.blogspot.com
Vídeos: www.youtube.com/user/fredcfelipe
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