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Tecel​õ​es On​í​ricos do Absurdo

by Fredé CF

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1.
Cada lágrima se torna Um novo fantasma Novamente Sem parar Arrasta os dias Assombra as noites Principalmente Insiste em atormentar Um coração desgastado Ensanguentado Se abre em pedaços Fechado em lamentos Tormentos Ilusão. O sistema enlouquece não só a multidão Mas cada um que tenta acordar Estabelece um padrão De tanto olhar pra sombra A sombra também olha Sem perdão Não consigo integrar Abismo liso Escorregadio Escuridão Me perdi Enlouqueci Tentando me encontrar Há solução? Talvez não.
2.
Alvorada. Nesse tempo, não se sabe bem por qual estrada Aila andou ou há de andar. Nem ao certo o que portava em sua guirlanda mágicka. Mística. Fascinante como o mar. O que antes era lua. Solitária no céu. Agora surgia com um olho tampado. Uma pirata que navega pelo nada. Corsária. Flibusteiro fel. Episódio amargo de sua existência. Consequência da lendária luta sangrenta contra o dragão. Seus cabelos. Soltos ao ar. Escarlate. Esvoaçados. Seu vestido esverdeado. Impossível não notar. Lancinante. Pungente. Torturante a quem tenta se encontrar. Autoconhecer. Urrar. Uivar. Lua cromada. Cheia. Amada. Agora transmutada. Materializada em dígitos anticósmicos de silício pela IA. Pele. Osso. Cromossomos. Sangue. Pelo. Presa. Mordidas acesas. Secas. Um raro fogo em meio ao breu. Mulher Loba. Canídea. Sorrateira. Visceral. AILA: a tecelã de infinitos oníricos. No cerrado. Descerrado. Sem igual. Na boca, o batom rubro escondia um gengibre mascado. Para apaziguar o pigarro oriundo da destruição. Logo deu lugar ao escárnio. Suas lágrimas escorriam em seus braços. Obrigava-a a se lamber para estancar. A dor de ver o mundo como está. Enquanto andava. Pensava: “Como a humanidade pôs tudo a perder?” Um mundo de ossos. Em contraste. Aço e concreto expostos. Vivos deram lugar aos mortos. Números criaram zumbis. Ilusórios. Aleatórios. Tecnocratas. Escravos dessa condição. Digital. Artificial. Presos na simulação do que se entendia como real. Escravos de agrado. Acríticos. Alheios às cizânias. Ensimesmados. Positivados.
3.
Suave como a saudade Sem ter medo da verdade Viajar mais que a viagem O ciúme é só vaidade
4.
Uruguay 05:13
Wake up Valdez Wake up
5.
Solto Ninguém mais prende o ar Livre Onde sempre queria estar E quando você se perde Sinto isso também No vazio, se despede Meu mundo no seu se mantém Pouso Sem vontade de chegar Pouso Quem sabe um dia acordar Sonhos Que me fazem decolar Sonhos Como não saber mais amar? E quando você se perde Sinto isso também No vazio, se despede Meu mundo no seu se mantém Em meio ao temporal Sobre o espaço sideral E quando você se perde Sinto isso também No vazio, se despede Meu mundo no seu se mantém Meu mundo no seu se mantém.

about

"Tecelões Oníricos do Absurdo" é um EP que foi criado como obra estendida do conto homônimo, escrito por Fredé CF (aka Frederico Carvalho Felipe) para a antologia de ficção científica "Meu I.A.I.A., meu ioiô!", concebida por Ciberpajé (aka Edgar Franco) e C.N.S. (aka Diogo Soares), uma produção do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG).

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"Me chamo Valdez, Fritz Valdez. Você provavelmente não me conhece nem nunca ouviu falar sobre mim. Engasgado, neste diário não-linear tento alterar o meu modo de narrar para escapar das garras secas que insistem em me conter. Despausando a linguagem, escapo dessa engrenagem me estendendo ao máximo que posso fazer. Porém, ainda preso ao binário imposto pelas máquinas, pelas pausas, pelos pontos, pelos cantos desse labirinto ordinário.
Por isso guardo recônditos inimagináveis, escondidos em imagens abstratas, como chaves necessárias para entrar e transmutar. Pra botar pra foder! Estou prestes a morrer por esse vírus funesto que veio há pouco me abater, aos 40 anos. H6N66: malware psicobinário neopentecostal incentivado pelo Messias sanguinário pregador da moral. Aloprado. Mas não tenho mais tempo para blasfemar esse desgraçado.
Ouvi por aí que encontraram uma saída. Ou saídas. Mútuas. Híbridas. Imbricadas. Algorítmicas. Decodificadas. Trasmidiáticas. Oníricas. Trouxeram à tona nuances onde o sistema não se orienta. Portais difíceis de se ver a olho nu ou prever. Onde o binarismo anticósmico não consegue se reconhecer. ‘Onde’, não...‘quando’. Uma espécie de Anti-MekHanTropia que permeia as time-lines.
Então a dica é a seguinte: aprenda a ler o baralho QRcodificado. Jogue os dados. Pode ser que consiga uma trinca de seis aleatória. Tente a sorte. Ela tem andado ao seu lado? Pode ser que sim. Eu não a tive comigo nesse estado. Se tiver sorte, não se esquive. Encare-a de frente. O azar também, apesar de não o desejar pra você. É pra dentro que se olha. Pra dentro de si. Acesse os portais. Conecte os sinais. Pare de correr. Pense por você. Infelizmente, eu mesmo não consegui.
Ouça bem o que Aila tem a te dizer.
Com afeto,
F. Valdez
(MekHanTropia, ano zero)."
H.B.B.N.

credits

released July 23, 2023

Esta obra transmídia integra o universo onírico de "MekHanTropia", criado por Fredé CF no doutorado em Arte e Cultura Visual (UFG) com orientação da profa. Dra. Rosa Berardo e do prof. Dr. Edgar Franco.

-Músicas, letras e produção DIY: Fredé CF

-A arte de capa integra o projeto transmídia "Meu I.A.I.A., meu ioiô!" concebido por Ciberpajé (aka Edgar Franco) e C.N.S. (aka Diogo Soares), uma produção do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG).

Goiânia - GO - Brasil
julho/2023.

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Fredé CF Brazil

MekHanTropia é um universo artístico transmídia experimental DIY de autotransformação do artista multimídia, doutor em Arte e Cultura Visual (UFG), prof. de fotografia, artes e audiovisual, baixista das bandas Cicuta e Cão Breu, Fredé CF (Frederico Carvalho Felipe).

Dark-folk-eletro-punk-psicodelico de trincheira.

Site: mealuganao.blogspot.com

Vídeos: www.youtube.com/user/fredcfelipe
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