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Eu hoje chorei minha morte

by Fredé CF

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1.
Cães astronautas Pequis cibernéticos Porcos geneticamente calculados Transplantes de cérebro de macaco A revanche dos vírus psicopatas Capivaras siamesas Maniaco depressivo com tendência a motoboy O homem que congelou seu próprio avô em gelo seco O robô que entende os dinossauros O rato que ouve pelas costas Mamãe Overdose dipirona
2.
Totens És real? És virtual? Exulta então! Informação e representação A memória humana tem dois tipos de representações: : a análoga e a analítica A cognição é um sistema que abriga a organização de nossas habilidades mentais: percepção, memória, raciocínio, etc. Informação, que também é conhecimento, pode aparecer ao ser humano como diferentes códigos: animais ou totens. Isso vai depender de qual dos códigos será mais útil, para quê será ele usado? Analogia Análise Animais Totens Homo Animalis ou Homo Sapiens Quem ou o que escolhe? É no silêncio que a alma se recupera Jamais tardia Jamais estancada Mas é no silêncio que a alma se recupera Quem asculta a alma de outrém? Um pio...àquele que se recusa Pois muitas são as formas que lhe perfazem Formas essas Guardadas em recônditos contamináveis e insondáveis Por incontroláveis eons-sons-olvidáveis Muito além da vida Totens É no silêncio que a alma se recupera Jamais tardia Jamais estancada Renascido Pois muitas são as formas que lhe perfazem Muito além da vida Totens És real? És virtual? Exulta então! Renascido...
3.
Eu não quero mais ser um robô em MekHanTropia I don’t wanna be a robot anymore Eu hoje chorei minha morte Um instante de tristeza Em meio a nostalgia sem norte Das desventuras e alegrias Que eu tive o prazer em viver Eu hoje chorei minha morte Cego com tanta clareza Em luto me tranquei num forte Que um dia imaginei absolutamente conhecer Eu hoje chorei minha morte Senti o agora com destreza Me vi vivo sem suporte Em paz para enfim não ser Eu hoje chorei minha morte Deixei ir os sonhos com beleza Já não morri ainda por sorte Apegos me impedem de ver Eu hoje chorei minha morte Nunca ser certezas Estar a fluir na correnteza A não ser na morte do querer
4.
um lindo crepúsculo. não, uma linda aurora. sem binarismos, um lindo umbral. lugar-jogo de luz e sombra. lugar onde há momentos que não exigem história. lugar-sentimento de tempo, espaço e... vazio. este está lá intencionalmente. vazio com propósito. vazio como personagem. no caso, como um oitavo passageiro, eu. aquele que vai como uma ausência para que algo se manifeste através de mim. sim, eu, profundo estado outro de consciência. sim, eu, deep dream. mergulha-te a ti mesme. aquele que ocupa o espaço não preenchido para desaparecer. cancela-te a ti mesme. aquele que dá ritmo a algo. aquele que dá algo ao ritmo. pareidolia algorítmica. alucinogênico artificial. a pausa entre as notas musicais. vão arquitetônico para absorção de cosmos. silêncio sem tédio. assim, pergunto: quais as emoções subjacentes em uma psicodelia em preto e branco? abandona-te neste umbral profundo. olhe nos meus olhos. mergulha-te! estou te encarando. é de mim que você quer saber como mergulhar? sim? você não sabe como? não consegues encontrar suas próprias profundezas? então, abandona-te ou quilomba-te. pois, por aqui, ficamos a sós, cada qual com seu sorriso de satisfação. sós, mesmo que em rede... neural... convolucional... deep learning umbral. e assim, o preto e o branco se tornaram tanto a ausência, quanto a soma de todas as cores.
5.
I'm living in the world of bones I'm living in the world of bones I see death everywhere, at all times, in all spaces I’m living in the world of numbers I’m living in the world of numbers Just look at these zombies Reflecting myself on the phones The dead are more numerous than the living The living are more dangerous than the dead The living The dead The living-dead In the cemetery world…
6.
O Cão Breu anda de noite Te força a sua sorte Seus olhos te queimam a alma Seu uivo o corpo acalma O Cão Breu passeia de noite O Cão Breu anda à noite O Cão Breu é a noite O Cão Breu te uiva a Sombra
7.
Não sei se o que vejo é absurdo Mas desses olhos é o que posso ver Sinto, cheiros, ruídos tão confusos Doces memórias que fazem esquecer Sonhos distópicos noturnos Ciclos que acabam ao amanhecer Sozinho, distante, obtuso Na calada da noite a se perder Tentando a todo instante cirúrgico Mudar as certezas pra entender É no silêncio que emerge a essência do mundo No vazio âmago do ser Entre o que é nada e também é tudo Mostra o que já não dá mais pra esconder Enfim mais pleno e profundo O sinônimo pra mim é você.

about

Em “Eu hoje chorei minha morte” penso sobre um deslocamento conceitual a um futuro devastado pela MekHanTropia que assola o planeta. O silício e o carbono em constante autodestruição.
Em “MekHanTropia”, o olhar dos personagens é convocado pra dentro, para a reflexão e autotransformação nesse contexto de simulacro e simulação. Essa busca estabelece conexões com a figura lendária do Cão Breu, um ser fantástico que induz uma atenção às sombras junguianas, como meio de individuação, uma espécie de força metafísica oriunda do processo de autoconhecimento transbinário (FRANCO, 2021).
“Eu hoje chorei minha morte” representa essas transmutações necro e psicopolíticas (HAN, 2018) em “MekHanTropia”, além de marcar um portal mágicko de renascimento meu em meio ao caos, ao completar 40 anos de idade em 26 de março de 2022.
Uma passagem de espaço e tempo para renovação das ilusões. A crise de meia idade bate à porta. Para renovar, tento romper com bagagens que já não fazem sentido. A morte como um processo natural da vida em oposição à ideia utópica (na prática distópica) de existência infinita das máquinas que provocam a destruição do planeta e das espécies, como a abelha perdida na imagem da capa.
Há nas faixas relações entre o humano, a máquina, os fluxos e o habitat. Algumas músicas já estavam feitas mas só haviam sido lançadas em vídeos. Outras foram compostas e gravadas a partir de um ritual meditativo no qual deixei fluir os sons como surgiam no violão e sintetizadores. A intenção era acessar imagens subconscientes a partir dos sons, para então encaixar as letras. Há uma aproximação temática na obra com as trágicas mortes decorrentes da necropolítica que provoca destruição na saúde, no meio-ambiente, na educação, na cultura, na geopolítica, etc. Tais composições são também uma forma minha de viver o luto pela perda do meu avô paterno no último mês de fevereiro.
A obra narra uma imersão na mente do eu lírico, um ser humano em processo de mekHanTropomorfização, ou seja, se transformando em fluxos e cancelando suas características orgânicas animais. Nesse processo o tempo e o espaço são alterados e se mesclam com os resquícios de paixão que ainda restam. Sua percepção existencial se modifica adentrando os processos digitais e não mais as intencionalidades de percepção, imaginação, afetos e memória originais.
As parcerias estabelecidas na obra expandem e tocam outras reflexões e universos, como a releitura da música da banda Ps&co Ataq, a letra do Amante da Heresia e as participações especiais incríveis de Gazy Andraus (letra e voz) e do Ciberpajé (com seus uivos e instrumentos transcendentais). Pontos de insurreição, irradiando a resistência do animal interior de poder insurgente em meio aos ruídos tecnológicos.
As músicas narram certa relutância do eu lírico pela transformação e a esperança de que, ao sair da situação protética para uma experiência imersiva total na máquina, deixaria de ser um escravo. Ledo engano! O renascimento digital padronizado se impõe. A ideia ilusória de que com a transformação da vida em imagens e sons digitais continua-se “vivo” mesmo após a morte some diante do hiperfluxo das redes e da inexorável finitude de tudo. Gaia irá se renovar, nós não.
Enquanto isso, a “hiperconectividade” e a “hiperinformação” guia-nos a um sistema instituído em função do “hiperconsumo” e da “hipercomparação” fundada no medo e produtividade, o que atrofia cada vez mais a imaginação.
Tais reflexões são aqui tratadas para pensar poeticamente questões atuais deslocadas a um cenário no qual a subjetividade não é tolerada. O eu lírico crê que tudo que ele pensa é absurdo, mas não entende que nem ele mais pensa por si mesmo. E você? O que pensa? Pensa?

Ouça em estéreo.

credits

released March 26, 2022

Ficha Técnica:
Letras, músicas, voz, violões, baixo, percussão, sintetizadores, samplers, vocais, etc (D.I.Y.): Fredé CF
Participações especiais de:
Gazy Andraus: Letra e voz - faixa 2
Amante da Heresia: Letra - faixa 4
Ciberpajé: uivos e instrumentos mágickos - faixa 6
“Eu hoje chorei minha morte” é parte do universo transmídia onírico ficcional intitulado “MekHanTropia” (em expansão), a obra integra minha pesquisa de doutorado (em andamento) em Arte e Cultura Visual (UFG). O EP foi composto, gravado, mixado, finalizado e produzido pelo smartphone por Fredé CF em Goiânia – Goiás - Brasil, durante a pandemia de COVID (2022).

Para ir além:
fredecf.bandcamp.com
mealuganao.blogspot.com
www.youtube.com/user/fredcfelipe/videos
Contatos:
e-mail: fredcfelipe@gmail.com
Instagram: @fredecf
F.Oak Produções 2022.

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about

Fredé CF Brazil

MekHanTropia é um universo artístico transmídia experimental DIY de autotransformação do artista multimídia, doutor em Arte e Cultura Visual (UFG), prof. de fotografia, artes e audiovisual, baixista das bandas Cicuta e Cão Breu, Fredé CF (Frederico Carvalho Felipe).

Dark-folk-eletro-punk-psicodelico de trincheira.

Site: mealuganao.blogspot.com

Vídeos: www.youtube.com/user/fredcfelipe
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